Lucas Rocha e Michelle Trombelli
CNN Brasil
Falta de óculos e a catarata são responsáveis por 74,8% de todos os casos de deficiência visual no país, de acordo com o Conselho Brasileiro de Oftalmologia
Uma esfera de apenas 24 milímetros de diâmetro e com peso de 7 gramas e
meio. Um dos órgãos mais preciosos para a sobrevivência dos seres humanos ao
longo da história e para o convívio social. É a partir dos olhos que uma
pessoa estabelece cerca de 90% do contato com o mundo exterior.
O CNN Sinais Vitais desta semana mostra os recursos da medicina para trazer
de volta a visão de pacientes com diferentes quadros clínicos.
A reprise do programa apresentado pelo cardiologista Roberto Kalil, vai ao
ar na quarta-feira (2), às 22h30, logo após o Jornal da CNN, na faixa nobre
da CNN Brasil.
O episódio apresenta as principais causas de cegueira reversível e os
caminhos para que os pacientes consigam voltar a enxergar. A falta de óculos
juntamente com a catarata são as principais condições que impossibilitam as
pessoas de ver adequadamente.
De acordo com o Conselho Brasileiro de Oftalmologia, os dois problemas,
facilmente tratados, são responsáveis por 74,8% de todos os casos de
deficiência visual no país. “É inacreditável que existam pessoas no Brasil
que não enxergam por falta de óculos. Vivemos um momento de grande avanço da
tecnologia, e as pessoas não têm acesso a algo tão básico”, afirma Kalil.
O acesso à oftalmologia ainda é restrito no país porque a especialidade não
faz parte da atenção primária do Sistema Único de Saúde (SUS). O programa
acompanhou alguns serviços de ponta que atendem pelo SUS e que conseguem
devolver a visão aos pacientes.
“Hoje, a gente consegue, com a ajuda de um celular e um técnico de
enfermagem, tirar uma fotografia do fundo de olho do paciente que está na
periferia. A imagem é enviada para cá e analisada por um médico. Já fizemos
80 mil exames desse tipo pelo SUS. Aí só precisam vir para consulta aqueles
cuja imagem indicou alteração”, conta Rubens Belfort Junior (veja entrevista
no vídeo acima), presidente do Instituto da Visão, ligado à Universidade
Federal de São Paulo (Unifesp).
O retorno da visão
No episódio, a equipe acompanha uma cirurgia de catarata e o exato momento
em que uma jovem volta a enxergar, depois de um transplante de córnea. O
programa mostra também um dos maiores Bancos de Olhos do mundo, que fica em
Sorocaba, no interior de São Paulo.
“Muitas vezes, o paciente do SUS com problemas na córnea fica aguardando
encaminhamento, mas não precisa. Pode se inscrever no nosso site e terá um
atendimento inicial por telemedicina. Confirmando que é uma pessoa que
realmente precisa de transplante, ela rapidamente entra na fila de espera”,
explica Edil Vidal De Souza, superintendente do Banco de Olhos de Sorocaba.
Para o professor titular de Oftalmologia da Faculdade de Medicina da USP,
Remo Susanna Junior, além de recuperar a visão, o grande desafio da sua
profissão é impedir que as pessoas fiquem cegas. “Ajudar alguém a voltar a
enxergar é muito gratificante. Mas evitar que isso aconteça é ainda mais. Já
sabemos que mais de 90% dos casos de cegueira são evitáveis, desde que as
pessoas tenham acesso ao especialista e ao tratamento”, diz ele.
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