terça-feira, 15 de fevereiro de 2022

Sindicato pede interdição de salas de hospital com risco de superfungo

 Redação

Catraca Livre 

O Sindicato dos Auxiliares e Técnicos de Enfermagem de Pernambuco (Satenpe) pediu a interdição urgente de duas salas da Unidade de Trauma da emergência do Hospital da Restauração (HR), no Recife por causa do risco de contaminação por superfungo e superbactéria.

 © Satenpe/Divulgação

De acordo com o G1, o pedido foi enviado ao governo, 

Ministério Público (MPPE) do Trabalho (MPT).

Recentemente, foi confirmado um caso de paciente que carregava o microoganismo na unidade hospitalar. Outro caso de uma idosa que acabou morrendo por outras causas é ainda investigado.

A preocupação dos funcionários se justifica já que o Candida auris é resistente a  muitos medicamentos e desinfetantes e pode viver por longos períodos nas superfícies, por isso o nome de superfungo.

O sindicato argumenta que o teto de uma das salas da unidade que recebe pacientes para aplicação de medicamentos na veia e fazer curativos está tomado por colônia de fungos e outros microrganismos que podem ser nocivos à saúde.

A entidade pede que seja feita a higienização dos ambientes, bem como dos dos dutos de ar-condicionado e dos equipamentos utilizados pelos funcionários.

Também há a solicitação para que os trabalhadores expostos aos riscos sejam testados para evitar possíveis novos casos.

Surto de superfungo

De acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), apesar de no momento haver só um caso confirmado e outro em análise no Brasil, pode-se considerar que há o terceiro surto do Candida auris no país.

Houve um primeiro surto na Bahia em 2020, com 15 casos e duas mortes, e um segundo surto, também na Bahia, em dezembro do ano passado.

A Anvisa explica que a definição de surto não se restringe apenas a uma grande quantidade de casos, mas também ao surgimento de um novo microrganismo contagioso – mesmo se for apenas um caso.

Superfungo é ameaça global

O superfungo é resistente a medicamentos e a infecção causada por ele pode levar à morte. Ele foi catalogado pela primeira vez ao ser encontrado no canal auditivo de um paciente na Coreia do Sul, em 2009. Desde então, houve casos identificados em mais de 30 países como Estados Unidos, Índia, Inglaterra, África do Sul, Venezuela, Colômbia, Israel, Paquistão, Quênia, Kuwait, Reino Unido e Espanha, além do Brasil.

A ameaça à saúde global é tão séria que cientistas do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), dos Estados Unidos, consideram que o superfungo pode ser o causador de uma possível próxima pandemia.

Veja também: Candida auris: superfungo pode levar a uma próxima pandemia



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